
















Bailey Rae, aos 26 anos, tem sido comparada a inúmeras outras artistas, de Billie Holiday a Erykah Badu a Norah Jones. "Meu trabalho Tem um pouco de tudo: é relaxante, acústico, excêntrico e cheio de sentimento. Também fico tentada a dizer que vem de um lugar muito orgânico, mas isso soaria pretensioso, então não vou dizer". Fica evidente no momento em que você a escuta cantando a primeira nota de seu primeiro EP. Ele se chama 'Like A Star', e é um trabalho sublime de blues feito com uma voz que te prende da forma mais suave e ao mesmo tempo mais persuasiva possível; uma voz que flutua sem fazer esforço, repleta de afago, suavidade e mais pura qualidade. É maravilhosa, essa voz, e certamente uma descoberta a entesourar, mas pertence a uma jovem de nenhum lugar musicalmente exótico - digamos, Mississipi ou até mesmo Manhattan - mas simplesmente do leste da rodovia M1: Leeds. Seu nome é Corinne Bailey Rae, e ela nasceu para isso. "Comecei cantando na igreja, e as pessoas acham que devia ser uma igreja gospel por causa da pressuposição negra", ela diz em referência ao seu background de mistura racial. "Mas não era nada gospel, era uma igreja regular, muito classe-média, onde cantávamos harmonias todo domingo. Essa sempre foi minha parte predilecta da missa, o canto". Um passo para uma humilde igreja baptista foi dado em seguida, onde o coro alternava-se entre músicas tradicionais e as levemente menos ortodoxas loucuras do Primal Scream. Corinne Bailey Rae nasceu e foi criada em Leeds, a mais velha de três filhas de um pai da Índia e uma mãe de Yorkshire. Na escola, ela estudou violino clássico, mas qualquer ambição de levar isso a um patamar mais alto foi rapidamente cortada quando a já citada adoração pelo Zeppelin a dominou. Quando fez 15 anos, Corinne também estava ligada em bandas femininas independentes como Veruca Salt e L7, e queria dar início a sua própria banda. E ela fez isso. O nome do grupo era Helen. disco de estreia manteve o tal «sentimento indie» porque «foi feito através de uma pequena editora independente, sem um grande orçamento nem pressões comerciais». E assim, inspirada tanto por Björk quanto por Massive Attack quanto Jill Scott, ela entrou no estúdio e criou seu álbum de estreia. É, nas palavras de Corinne, "um pouco de tudo: é relaxante, acústico, excêntrico e cheio de sentimento. Também fico tentada a dizer que vem de um lugar muito orgânico, mas isso soaria pretensioso, então não vou dizer." E se ela escreve sobre o ingrediente principal de todas as grandes músicas soul - amor - então ela faz isso com menos ênfase em seu lado cor-de-rosa, e sim em suas complexidades e desafios múltiplos. "Estou interessada nas coisas que não lhe dizem sobre os relacionamentos: como o amor funciona em termos de expectativa versus realidade." Devido a isso, canções como 'Till It Happens To You', 'Like A Star' e 'Choux Pastry Heart' são bastante intimistas, cada uma brilhando ao contar histórias com uma franqueza com a qual seus colegas apenas sonham. "A resposta até agora tem sido incrível", ela diz, "e isso é muito satisfatório, porque tudo me parece tão certo. Compor músicas - tocar - é, eu sei, exactamente o que eu deveria estar fazendo com a minha vida." E a resposta tem mesmo sido incrível. Com seu primeiro EP 'Like A Star', de edição limitada entrando no Top 40 inglês em Novembro de 2005 e o primeiro single 'Put Your Records On' tornando-se um grande sucesso na Europa, o mundo está a seus pés. Somados a isso, uma montanha de reportagens sobre seus muitos méritos, capas de revistas, o facto de estar no topo da pesquisa da BBC 'Som de 2006', shows esgotados e o tipo de participação em rádio e TV que apenas artistas estabelecidos podem sonhar em ter, fazem parecer que nada vai parar Corinne.